Jacques Merleau-Ponty apresenta uma biografia de Einstein no livro:
E começa assim:
“Em Ulm, a casa onde Einstein nasceu, a 14 de Março de 1879, já não existe; foi destruída pelos bombardeamentos. A rua tem o seu nome; foi baptizada no tempo da república de Weimar; tendo, no tempo de Hitler, visto o seu nome substituído pelo de Fichte, voltou a readquiri-lo, ainda em vida do interessado, que comentava, desiludido com este procedimento bastante típico: «Enquanto os alemães não atingirem a sua maturidade política, mais vale chamar-lhe “Rua do cata-vento”». Através do seu pai, Hermann, e da sua mãe; Pauline, de apelido Koch antes de casar, Albert Einstein pertencia a uma burguesia comercial judaica, há muito instalada na Suábia, província bastante excêntrica em relação à Alemanha prussiana (o reino de Wurtemberg tinha sido acrescentado ao Império em 1871). A acreditar em Philipp Frank, que o conhecia bem, Einstein guardou em si uma parte das suas origens da Suábia, nomeadamente certos jeitos e entoações familiares.
Albert foi o primeiro filho de Hermann, que tinha 32 anos quando ele nasceu, e de Pauline, que tinha 27. Eram casados havia 3 anos. Hermann é descrito como um homem tranquilo, culto, bastante indiferentes em matéria religiosa, grande leitor de Schiller e de Heine; dirigia uma loja de colchões de penas em Ulm, e por aí se teria quedado, não fora a ambição do seu irmão mais novo, Jakob, um engenheiro empreendedor, que convenceu a associar-se a ele para fundar em Munique um negócio de distribuição de água e de gás. A família de Einstein deixou então Ulm para se instalar em Munique, no Verão de 1880; o negócio foi bem sucedido, e alguns anos mais tarde, os dois irmãos montaram uma fábrica de material eléctrico, tendo em vista o equipamento dos municípios que desejavam electrificar os edifícios camarários. O pai de Pauline participou no financiamento de empresa. Os dois irmãos compraram juntos uma casa nos arredores da cidade e aí instalaram em 1885. “(…)