domingo, 10 de novembro de 2013

O exoplaneta mais parecido com a Terra é um mundo infernal

Planeta rochoso tem tamanho e massa semelhantes à Terra, mas dá volta à sua estrela em apenas 8,5 horas. Resultados fazem sonhar com a descoberta de Terras em locais compatíveis com a vida.


Em Kepler-78b, o pôr do Sol é gigante. Imagine uma estrela a ocupar metade do céu entre o horizonte e o zénite. E ainda rochas fundidas à superfície devido a temperaturas muito altas. Kepler-78b gira a uma distância mínima do seu sol e completa uma volta em apenas 8,5 horas. Está tão perto daquela estrela que os astrónomos consideraram que pertence a uma nova classe de planetas. É um mundo quente, infernal, o oposto da nossa realidade amena, e incompatível com a vida que conhecemos. E, no entanto, duas equipas de astrofísicos fizeram, separadamente, medições deste exoplaneta e descobriram que, das centenas que já se conhecem, o Kepler-78b é o mais semelhante à Terra no tamanho, na massa e na densidade.
Os artigos com os resultados das duas equipas são publicados nesta quarta-feira na edição online da revista Nature. Uma das equipas inclui um investigador português Pedro Figueira.
Por onde começar a procurar vida noutros planetas? Os astrofísicos gostariam de começar essa procura em sítios com as características do nosso mundo. O ideal seria mesmo encontrar um planeta-irmão da Terra, de tamanho e massa semelhantes, a girar à volta de uma estrela com dimensão e idade equivalentes à do Sol e na mesma zona de habitabilidade. Ou seja, suficientemente perto da sua estrela para o calor impedir a água de congelar, mas não tão perto que a fizesse evaporar-se para o espaço.
Mas até agora, ainda não encontraram a Terra número dois.
Desde 1995, quando se descobriu o primeiro planeta fora do nosso sistema solar, já se identificaram com certeza perto de 1000 exoplanetas. Alguns deles aproximam-se daquilo que os cientistas procuram. Há exoplanetas que são super-Terras, têm duas a dez vezes a sua massa, alguns estão em regiões onde pode haver água líquida. Há outros têm massa equivalente à da Terra, mas situam-se em regiões que se adivinham mortas.
Ninguém está à espera de encontrar vida em Kepler-78b. Quando foi noticiada a sua descoberta, em Agosto deste ano, sabia-se pouco: estava a 700 anos-luz de distância, na constelação do Cisne, girava em redor de uma estrela um pouco mais pequena do que o Sol, completando uma volta em 8,5 horas. Mercúrio, a 58 milhões de quilómetros do Sol, demora 88 dias.
Agora, a equipa norte-americana liderada por Andrew Howard, da Universidade de Manoa, no Havai, e a equipa internacional liderada por Francesco Pepe, da Universidade de Genebra, na Suíça, — com quem colaborou Pedro Figueira, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) — obtiveram novas informações que permitem perceber como este planeta é especial.
Este exoplaneta, segundo as duas equipas, tem entre 1,69 e 1,87 vezes a massa da Terra e entre 1,2 e 1,16 vezes o seu tamanho. Estas duas medições permitem inferir que a sua densidade é muito semelhante à do nosso mundo, o que permite afirmar que é um planeta rochoso. É o mais próximo que temos de um duplo da Terra, até agora.
“É um planeta do tipo da Terra porque é do mesmo tamanho e tem a mesma massa, mas claro que é diferente da Terra ao ter mais 2000 graus de temperatura”, diz, em comunicado, Josh Win, astrofísico do Instituto de Tecnologia do Massachusetts e membro da equipa de Andrew Howard. “É um passo em frente no estudo de verdadeiros planetas como a Terra.”
Os dois grupos de cientistas serviram-se da informação do telescópio espacial Kepler para conseguir obter a informação sobre o tamanho do planeta. Este telescópio da NASA, dedicado a identificar planetas extra-solares, deixou de funcionar este ano. Tinha uma câmara que fotografava milhares de estrelas, para medir variações na sua luminosidade associada à passagem de um planeta à frente de uma estrela. Quando tal acontece, a estrela fica com uma sombra mínima e o brilho diminui, o que denuncia essa passagem.
De seguida, os cientistas mediram a massa do planeta. Para isso, a equipa de Andrew Howard usou o espectrómetro HIRES instalado num dos telescópios Keck, no Havai, e a equipa de Francesco Pepe, fez as suas observações com o HARPS-N, um espectrómetro para caçar planetas instalado no Observatório de Muchachos, em La Palma, nas Canárias, Espanha.
Para se obter a massa do planeta, foi necessário medir o efeito gravítico que Kepler-78b tem na estrela. Esse efeito provoca uma oscilação na estrela, cuja reverberação é captada nas ondas de luz que chegam àqueles espectrómetros.
Segundo o CAUP, o trabalho de Pedro Figueira foi importante para aumentar a sensibilidade destas medições. De outra forma, seria impossível chegar a estas conclusões sobre um planeta tão próximo de uma estrela. Aliás, o Kepler-78b faz parte de um novo grupo de planetas com um período ultracurto de movimento em torno da sua estrela.
Mas esta descoberta também aproxima a comunidade científica do sonho de encontrar uma Terra numa zona propícia para a vida. Com este novo grau de sensibilidade, é possível pensar em identificar planetas com as dimensões da Terra, mas mais distantes de estrelas que sejam mais pequenas e frias do que o nosso Sol, e na zona de habitabilidade desses sistemas, sugere Drake Deming, num artigo de análise sobre estas novidades, também da Nature: “Desta forma, a descoberta de Kepler-78b faz pressupor um avanço na procura de vida para lá do sistema solar.”

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eclipse parcial do Sol visto em Portugal no dia 3 de novembro de 2013

Este domingo (3/11/2013), a Lua tapou o Sol. Na África equatorial, o eclipse foi completo, com a Lua a tapar integralmente o Sol às 13h52. Em São Tomé e Príncipe, o eclipse foi quase completo (98% às 13h44). O fenómeno astronómico foi ainda visível no leste da América do Norte, no Norte da América do Sul, no extremo da Europa Ocidental, na África e no Médio Oriente. Em Lisboa, o pico do eclipse aconteceu às 12h23, mas com apenas 14% do Sol ocultado.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Não devemos dormir num quarto com plantas. Isto significa que não é saudável dormir numa floresta?



Durante o dia, as plantas transformam a luz solar em energia química, num processo designado por fotossíntese. Um dos seus produtos da reação é o oxigénio (O2). De noite, o processo é inverso e as plantas absorvem o oxigénio e libertam dióxido de carbono (CO2). Isto explica por que razão é que retiram as flores e as plantas das enfermarias dos hospitais durante a noite, dado que se pensa que as pessoas que já estão doentes não precisam de disputar o oxigénio com as plantas, embora até agora ninguém tivesse provado que as plantas fazem mal à nossa saúde. Mas quaisquer insetos que estejam escondidos nas flores podem fazê-lo, o que poderá ser uma boa razão para não tê-las junto de si, quando está a dormir.
Se está a pensar em dormir numa floresta e está preocupado com a possibilidade de ter que se deparar com a falta de oxigénio, não se preocupe. Existe tanto oxigénio no ar que ele é suficiente para as plantas e para os seres humanos. Portanto, durma descansado.

Fonte: Heiney, Paul (2007) Será que os Gatos têm Umbigos?, Mem Martins: Publicações Europa-América

sábado, 12 de outubro de 2013

Nobel da Química de 2013 para modelização por computador de reações químicas

Os laureados deste ano conseguiram “aproveitar o melhor de dois mundos”, combinando física clássica e quântica para simular de forma realista as mais complexas interações moleculares.
“O Prémio Nobel da Química de 2013 foi para Martin Karplus (Universidade de Estrasburgo, França, e Universidade de Harvard, EUA), Michael Levitt (Universidade de Stanford, EUA) e Arieh Warshel (Universidade da Califórnia do Sul, EUA), “pelo desenvolvimento de modelos multiescala para sistemas químicos complexos", anunciou ontem em Estocolmo a Real Academia Sueca das Ciências.
Martin Karplus, austríaco e norte-americano, nasceu em 1930 e é bioquímico; Michael Levitt, britânico e norte-americano, é biofísico e nasceu na África do Sul em 1947; Arieh Warshel, israelita e norte-americano, é químico e bioquímico e nasceu em 1940.
Hoje em dia, a simulação das mais complexas reações químicas no computador é prática corrente. Mas isso não foi sempre assim. De facto, os três laureados “construíram as bases dos potentes programas [informáticos] que são [hoje] utilizados para perceber e prever os processos químicos”, salienta a mesma entidade em comunicado. Como, por exemplo, a ação de um potencial medicamento sobre o seu alvo no corpo, que permite hoje desenhar moléculas com propriedades terapêuticas antes de as testar experimentalmente.
No passado, os químicos construíam modelos das moléculas que estudavam com bolas a representar os átomos e arames para as ligações entre átomos (basta lembrar-se do famoso modelo tridimensional da molécula de ADN, construída nos anos 1950, à maneira de um “mecano”, por Francis Crick e James Watson no seu laboratório de Cambridge…).  E quando se tratava de simular moléculas no computador, os software disponíveis faziam-no conforme as leis da física clássica ou as da física quântica (a física do mundo dos átomos) - mas não as de ambas ao mesmo tempo, explica ainda a academia sueca.
Por um lado, os programas informáticos clássicos permitiam calcular e processar grandes moléculas químicas, mas só as mostravam no seu estado de “repouso”, o que excluía à partida a simulação de reações químicas, que são fenómenos dinâmicos que demoram uma fração de milissegundo e onde a configuração das moléculas se altera radicalmente. Já quando se tratava de simular reações químicas, era a física quântica a entrar em cena – mas aí, a potência de cálculo necessária era tal que só era possível fazer estas simulações em moléculas pequenas, o que excluía, logo à partida, as grandes moléculas biológicas que são as proteínas. Os trabalhos dos laureados deste ano permitiram aproveitar “o melhor de dois mundos”, com “Newton e a sua maçã a colaborarem com Schrödinger e o seu gato”, lê-se ainda no comunicado da academia.
Em 1970, Warshel desembarcou no laboratório de Karplus, vindo do Instituto Weizmann em Israel. No potente computador do seu instituto de origem, Warshel, juntamente com Levitt, tinha criado um programa capaz de simular moléculas – qualquer molécula, ate às maiores – conforme as leis da física clássica. Por seu lado, Karplus e a sua equipa eram especialistas do desenvolvimento desoftware capaz de simular reações químicas com base na física quântica.
Karplus e Warshel desenharam então um novo tipo de programa, no qual a física quântica era utilizada quando se tratava de simular o comportamento de certas porções das moléculas, enquanto a física clássica tomava conta do resto. Para dar um exemplo atual, nas simulações da forma como um novo medicamento se liga à sua proteína-alvo no nosso organismo, o computador executaria cálculos quânticos apenas nos átomos da proteína-alvo que interagem diretamente com o medicamento, fornecendo a resolução máxima nessa localização.
Dois anos mais tarde, Warshel e Levitt juntaram-se novamente. Levitt interessava-se pelas moléculas biológicas – sobretudo pelas enzimas, essenciais à química dos organismos vivos – e os dois cientistas decidiram simular reações enzimáticas. Em 1976, publicaram o primeiro modelo por computador deste tipo de reação química. “O seu programa era revolucionário porque podia ser utilizado com qualquer tipo de molécula. O tamanho deixava de ser um obstáculo”, escreve a academia.
"A força dos métodos desenvolvidos por Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel reside no seu carácter universal. Podem ser usados para estudar todo o tipo de química, das moléculas da vida aos processos químicos industriais." Um dos sonhos assumidos de Levitt é simular a totalidade de um organismo vivo ao nível molecular. E segundo a academia, "só o futuro pode decidir" se as poderosas ferramentas desenvolvidas pelos laureados irão um dia permitir concretizar esse sonho.”

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Nobel da Física de 2013 para o bosão de Higgs

Prémio distingue o belga François Englert e o britânico Peter Higgs, dois dos físicos teóricos que, há cerca de 50 anos, postularam a existência de uma partícula elementar que confere massa a todas as outras.


"François Englert, da Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica), e Peter Higgs, da Universidade de Edimburgo (Reino Unido), partilham este ano o Prémio Nobel da Física “pela descoberta teórica de um mecanismo que contribui para a compreensão da origem da massa das partículas subatómicas, e cuja existência foi recentemente confirmada, através da descoberta da partícula fundamental prevista, pelas experiências ATLAS e CMS do [acelerador de partículas] LHC do CERN”, anunciou em Estocolmo a Real Academia das Ciências Sueca.
Em 1964, Englert e o seu colega Robert Brout (entretanto falecido), por um lado, e Higgs, pelo outro, teorizaram de forma independente que devia existir uma partícula subatómica – que se tornaria famosa sob o nome de bosão de Higgs –, capaz de dar massa a todas as outras partículas previstas pelo chamado Modelo-Padrão da física das partículas, que descreve a composição, a nível subatómico, do mundo que nos rodeia. E, passadas quase cinco décadas, o bosão de Higgs foi finalmente avistado no LHC – o grande o acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), perto de Genebra, na Suíça – e a sua existência efectiva anunciada em Julho de 2012. A detecção do bosão de Higgs permitiu completar o elenco das partículas previstas pelo Modelo-Padrão.
“Segundo o Modelo-Padrão”, explica em comunicado emitido esta terça-feira pela Real Academia das Ciências Sueca, “tudo, das flores aos planetas, é composto por apenas um punhado de tijolos de construção: as partículas de matéria. Estas partículas são governadas por partículas de força que garantem que tudo no mundo funciona como deve.
Neste modelo, o bosão de Higgs ocupa uma posição central, uma vez que, sem esta partícula, nós próprios não existiríamos. Trata-se de uma partícula que está presente em todo o espaço e é nas interacções com ela que as outras partículas subatómicas adquirem a sua massa.Mas o bosão de Higgs é extremamente difícil de “apanhar”: só se manifesta de forma extremamente fugidia em experiências que põem em jogo os feixes de partículas mais potentes e os detectores de partículas mais sensíveis que existem no planeta. E de facto, se foram precisos apenas alguns cérebros para imaginar o bosão, a sua detecção exigiu anos de esforços por parte dos cerca de seis mil cientistas que participam nas duas complexíssimas experiências do CERN, ATLAS e CMS, concebidas para detectar o bosão de Higgs na “selva” de partículas criadas nas colisões de protões de altíssima energia do LHC.
Num comunicado que chegou às redacções instantes depois do anúncio do Nobel, o CERN deu os parabéns aos dois laureados. “Estou emocionadíssimo com a atribuição do Prémio Nobel deste ano à física das partículas”, declarou Rolf Heuer, director-geral do CERN, citado no documento. “A descoberta do bosão de Higgs no CERN, no ano passado, que valida o mecanismo de Brout-Englert-Higgs, marca o culminar de décadas de esforço intelectual por parte de muitas pessoas no mundo.”    
Mas o bosão de Higgs não é de todo o fim da história. O Modelo-Padrão apenas descreve a matéria visível que nos rodeia, mas estima-se que cerca de 95% do Universo é constituído por matéria escura, totalmente invisível, e energia escura."

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

OmniFlow no 'Com Ciência'



Com a tecnologia Omniflow, Pedro Ruão pretende acabar com os constrangimentos dos atuais sistemas de microgeração eólica. O objetivo é que, em 2012, a sua invenção esteja no mercado global.

Pedro Ruão, 32 anos, sempre sentiu necessidade criar coisas novas. Até ao projeto Omniflow, todas as suas invenções ficavam arrumadas na gaveta. Não passavam de ideias. Com a participação no Prémio Inovação EDP Richard Bronson, a perspetiva mudou. "Senti-me realmente motivado", revela. No final de 2010, o seu projeto de energias renováveis foi distinguido com uma menção honrosa na 11.ª edição do Prémio do Jovem Empreendedor, promovido pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Com estas distinções, Pedro Ruão diz que se abrem mais portas, novos contactos e o projeto evolui com mais apoio. Quem sabe não encontra parcerias para a distribuição e promoção do dispositivo que inventou.

O projeto Omniflow pretende conceber um novo sistema de microgeração eólica (energia que provém do vento), que ultrapasse os constrangimentos dos produtos atualmente no mercado. Este dispositivo é uma estrutura imóvel, em forma de cúpula, que, devido às suas aberturas laterais e a uma grande exposição, direciona o vento a partir de qualquer direção (omnidirecional). O sistema adapta-se a vários ambientes e velocidades de circulação de ar, operando quer com vento turbulento quer com velocidades mais reduzidas. O objetivo é começar pela microgeração e evoluir posteriormente para o mercado de grande dimensão.

A ideia nasceu no âmbito do Prémio Inovação EDP Richard Branson. O dispositivo de geração de energia elétrica foi um dos três finalistas, apesar de se encontrar ainda num estado embrionário. "Neste momento, já foram executados e testados 
vários protótipos de pequena e grade escala em que os resultados mostram, claramente, um futuro promissor para a Omniflow", comenta o jovem licenciado em Engenharia dos Materiais, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. "Na realidade, estamos na presença de uma turbina completamente diferente e inovadora, que não obedece ao mesmo balanço de massas que os dispositivos convencionais", acrescenta. Além de obter um rendimento superior, tem um funcionamento que o jovem afirma ser "notável" em ambientes difíceis como o urbano, onde existem vários fatores que impedem o correto funcionamento dos atuais dispositivos.
UE mais amiga do ambiente 
A tecnologia Omniflow pode ser aplicada em vários mercados. Pedro Ruão escolheu o da microgeração por apresentar um investimento inicial mais baixo e pelas perspetivas de crescimento apontadas pelas organizações internacionais, na ordem dos 40%. Entre as metas ambientais traçadas pela UE para 2020, destaca-se a redução das emissões dos gases causadores do efeito de estufa em 30% e o alcance de uma cota de 20% de energia proveniente de fontes renováveis, no consumo geral da comunidade.

Este sistema pode ser instalado em moradias e edifícios novos. Nos já existentes, o dispositivo é pré-fabricado em material compósito, transportado, desmontado em oito partes e montado no edifício. A estrutura tem um baixo impacto visual, confirmado pelo protótipo de três metros que foi instalado num edifício de sete andares em Vila Nova de Gaia. Nesta instalação, foi possível detetar uma emissão de ruído baixa, "dando muito boas indicações para o futuro". "No que diz respeito às grandes instalações, o mercado offshore [instalações no mar] é o mais atrativo a médio prazo, onde o dispositivo pode ser instalado apenas com recurso a flutuadores", diz. Assim, as fundações são mais fáceis de executar.

No primeiro ano de produção, a Omniflow pretende apostar na microgeração com potências até 10 quilowatt (unidade de medida), prevendo aumentar gradualmente esse valor. Para 2015, o objetivo é entrar no mercado de instalação de dispositivos de grande potência, como as instalações em terrenos montanhosos ou offshore. "Todo o projeto e processos associados implicam extrema delicadeza, dada a natureza da propriedade industrial, pelo que a divulgação da tecnologia ao grande público não será feita antes dum período de aproximadamente oito meses", comenta. Durante este tempo, o capital é aberto a investidores e a tecnologia otimizada, para que possa entra no mercado, à escala global, em 2012.


domingo, 28 de julho de 2013

As jantes de liga leve tornam os carros mais velozes?


As jantes de liga leve não têm qualquer efeito no desempenho do carro. São utilizadas simplesmente porque são leves e resistentes. A liga metálica é mais leve e as rodas pesam muito menos do que uma roda de metal com o mesmo tamanho. Uma  vez que a jantes são mais leves, outras partes do carro podem ser remodeladas fazendo com que o peso global do carro se mantenha. Por exemplo, uma vez que o peso do veículo se mantém, o habitáculo  pode ser ampliado para que o carro seja mais espaçoso.
Este aspeto é importante no que toca à execução das curvas. Se o carro for muito leve, o carro tem menos aderência. Se o carro for pesado então torna-se mais lento. No entanto, dado que a utilização das jantes de liga leve permite aumentar o peso de outros componentes, não faz qualquer diferença. As jantes de liga leve também são usadas por uma questão de desing mas não afetam o desempenho do carro.

Como se aumenta a estabilidade de um veículo?
A Física explica....

O equilíbrio de corpos apoiados é tanto mais estável quanto:

- mais baixo estiver o centro de gravidade;
- maior for o peso do corpo;
- maior for a área de base de apoio;
- menor for a altura do corpo.
Por esse motivo temos os carros de fórmula um com o seguinte aspeto.


Mas para um carro atingir altas velocidades é necessário reduzir as forças de atrito. Os carros de fórmula 1 apresentam formas aerodinâmicas para reduzir o atrito devido às superfícies de contacto com o ar.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Porque mata a corrente elétrica?

O que mata não é a diferença de potencial (d.d.p.), mas a intensidade da corrente (I). Estas grandezas físicas estão relacionada pela Lei de Ohm (U/I= constante). Uma corrente de d.d.p. igual a 20 000 V poderá passar pelo nosso corpo, mas, se não tiver a I adequada apenas poderá causar um formigueiro. Começamos a sentir o choque elétrico quando I=1 mA; torna-se doloroso com 5 mA, quando chega aos 15 mA, começamos a perder o controlo dos músculos ; a partir de 70 mA, podemos morrer. Uma corrente de 100 mA que atravesse o nosso corpo significa morte certa. Verifica-se ainda que é necessário menos quantidade de corrente alternada do que contínua para acusar o mesmo efeito.
(1 mA (miliampere) = 0,001 A (ampere))
Li aqui: Revista Super interessante - Edição especial 2013/1014

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A que velocidade cai um coco do coqueiro?

Se um coqueiro tiver, em média, a uma altura de 25 m, a velocidade com que o coco chega ao chão é de cerca de 80 km/h. Como a massa do corpo ronda os 2 kg, a força do impacto é cerca de duas toneladas. Será suficiente para matar uma pessoa? Em 1989, Peter Barss, diretor do hospital da Papuásia Nova-Guiné na década de 80, publicou um artigo no journal of Trauma  intitulado ferimentos por queda de cocos. O estudo dos doentes tratados no seu centro revelou numerosos traumatismos, fraturas do crânio e mesmo estados de coma, mas nenhuma morte. Em 2002, George Burgess, do museu de história natural da Florida, afirmou que era quinze vezes mais provável morrer devido à queda de um coco do que pelo ataque de um tubarão. Em média, afirmava, morreram assim 150 pessoas por ano.
Retirado de : Revista Super Interessante Edição Especial 2013/14 Portugal

Para quem quiser comprovar os valores aqui apresentados pode exercitar a cabeça utilizando as equações do movimento retilíneo com aceleração constante.
y = y0 + v0t +1/2gt2
v = v0 + gt
y – valor (componente escalar) da posição
v – valor (componente escalar) da velocidade
g – valor (componente escalar) da aceleração da gravidade
t – tempo

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Veículos movidos a gás natural

Irá o gás natural substituir a gasolina e o gasóleo?
Os veículos a gás natural (VGN) funcionam com gás natural comprimido ou liquefeito, que é uma fonte energética mais limpa.
O gás natural comprimido (GNC) é produzido comprimindo o gás para menos de 1% de volume que ocupa à pressão atmosférica normal. É armazenado em recipientes altamente pressurizados (geralmente de metal) a uma pressão de 176 a 253 kg/cmde onde é distribuído para o motor. Os recipientes são tipicamente instalados na mala do carro ou sob o assento traseiro.
Em contraste, o gás natural liquefeito (GNL) é produzido passando gás natural para o estado líquido através de um processo que envolve remover água ou petróleo, antes de arrefecer o gás. O processo de arrefecimento culmina numa forma líquida purificada de gás natural, que é aproximadamente 2 vezes mais densa do que o GNC. O GNL pode depois ser armazenado em recipientes a pressão relativamente baixa (4,9 a 10,5 kg/cm2) e integrado no veículo de forma similar. Importa referir que, sendo o GNL liquefeito, antes da combustão no motor, tem primeiro que ser reconvertido em gás através de um vaporizador.
No geral, o VGN estão a tornar-se mais comuns, mas ambos apresentam emissões mais "verdes" face aos veículos movidos a gasolina e a gasóleo.
Li aqui: Revista QUERO SABER, nº28


domingo, 7 de julho de 2013

Manchas acastanhadas nas folhas das plantas

É uma má ideia salpicar água nas folhas das plantas, quando exposta ao Sol, porque as gotas de água deixam manchas castanhas nas folhas.
O que provoca estas manchas?
As gotas de água atuam como lentes, fazem com que a luz solar se refrate passando por focos situados nas folhas, cada um dos quais é uma imagem do Sol, o que provoca as queimaduras nas folhas.

Calvin não para de crescer ...

No nosso dia a dia é útil não só medir distâncias como também ter a ideias de certas distâncias. O que nos parece infinitamente grande, por comparação, pode passar a ser extremamente pequeno.
Aqui ficam alguns exemplos:

terça-feira, 25 de junho de 2013

Quantas fatias de pão é possível torrar no ponto de impacto de um relâmpago?

Um relâmpago tem cerca de 10 000 000 000 J de energia , as temperaturas no seu interior ascendem a cerca de 30 000ºC e dura 10 ms.
Para torrar duas fatias de pão, uma torradeira atinge 450ºC durante cerca de 2 min (120 s), se a torradeira tiver uma potência de 1 000 W, significa que gastou 120 000 J de energia, durante esses 2 min de funcionamento.
Se um relâmpago tiver a potência de 100 000 000 W, o que corresponderia a 100 000 torradeiras, teríamos 200 000 fatia de pão, ou seja, 200 000 torradas obtidas em 10 ms.
Claro que a tarefa não seria fácil! Não podemos esquecer que para termos uma fatia de pão torrado, ambos os lados  deverão ficar torrados, espalhar 200 000 fatias de pão e virá-las no momento certo não seria tarefas fácil.
Adaptado de: "Será que os Gatos têm Umbigo?" das publicações Europa-América


terça-feira, 7 de maio de 2013